Síndrome isquemia reperfusão
Na hipóxia tecidual:
As reservas de ATP se esgotam
e o metabolismo passa de aeróbio (formação de 38 ATPs pelo ciclo de Krebs) a
anaeróbio (formação de apenas 2 ATPs).
Há produção de ácido lático
com diminuição do Ph intracelular, acarretando falha na bomba de Na/K. Acumula
Na no interior da célula e K no exterior.
Ocorrem lesões celulares
irreversíveis, vacuolização das mitocôndrias, alteração da membrana plasmática,
e ingurgitamento dos lisossomos.
Na microcirculação há
empilhamento de hemácias e leucócitos.
O edema no membro é
decorrente dessa falha na bomba de Na/K.
Na reperfusão:
As hipoxantinas são transformadas
em xantina liberando radicais livres, que promovem degradação do ácido
hialurônico e colágeno, lesando a membrana celular e organelas citoplasmáticas
(os principais radicais livres são os ânions peróxidos e radicais hidroxilas).
Há diminuição da síntese de fosfolípides,
e aumento da degradação dos mesmos, levando a lesão da membrana celular, devido
à liberação de radicais livres, acarretando o edema.
Devido à miólise ocorre uma
mioglobinuria, que precipita nos túbulos contornados proximais levando a
insuficiência renal. Há aumento de CPK, que quando acima de 15.000, indica
aumento de mortalidade.
Assim, a acidose, o aumento
de K e a insuficiência renal levam ao edema muscular, podendo acarretar uma
síndrome compartimental, já uma complicação da síndrome isquemia- reperfusão,
que só responde a fasciotomia.
Tratamento:
hidratação vigorosa, controle do pH com gasometria, bicarbonato venoso e
solução polarizante (glicoinsulinoterapia, para colocar o K para o interior da
célula). O uso do manitol é controverso, mas os que usam, referem promoção da
diurese osmótica e varrredura dos radicais livres.
Contudo o melhor a ser feito
é a revascularização precoce, evitando a síndrome isquemia- reperfusão. O quadro
mais grave de isquemia reperfusão encontramos na embolia a cavaleiro da
aorta.
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